(ARTIGO) – Saberes tecnocientíficos e populares: a pesquisa, o ensino e o pilar manco da extensão.

Titulo: Saberes tecnocientíficos e populares: a pesquisa, o ensino e o pilar manco da extensão.

Autora: Marcia M. Tait

Introdução: Num país de dimensões continentais, de tradição agrária, em que uma memória de posse violenta da terra fica latente sob os discursos lineares e universalizantes do agronegócio, alvo das tecnologias das mais diversas sortes produzidas junto às pesquisas nas ciências agrárias, vale ponderar sobre a existência e a prática de uma ciência que, muitas vezes, se pretende “neutra”. O tradicional tripé “ensino, pesquisa e extensão”, mote de universidades públicas, confere a essas três categorias o mesmo estatuto de valor ao concebê-las separadamente, mas fadadas ao que seria um “ponto de encontro”. Algo, contudo, acontece durante essa possibilidade de encontro, que faz com que o pilar da extensão nas universidades encontre-se frequentemente “manco”. No que tange as ciências agrárias, apagar ou colocar em questão os saberes da população rural, ou ainda, reformulá-los para conferir a eles um estatuto “científico” e, posteriormente, “devolvê-los” ao homem do campo, causa, frequentemente, um ponto de inflexão na trajetória para um possível encontro entre a pesquisa, o ensino e a extensão.

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