[TESE] FAMÍLIA, TRABALHO E TERRA: SEMENTES DA AUTONOMIA NA AGRICULTURA EM COMUNIDADES QUILOMBOLAS DO VALE DO RIBEIRA PARANAENSE

FAMÍLIA, TRABALHO E TERRA: SEMENTES DA AUTONOMIA NA AGRICULTURA EM COMUNIDADES QUILOMBOLAS DO VALE DO RIBEIRA PARANAENSE

Aluno: Lourival de Moraes Fidelis

Orientadora: Profa. Dra. Sonia Maria Pessoa Pereira Bergamasco

RESUMO

A cada ano, mais Comunidades Remanescentes de Quilombos requerem seu autorreconhecimento, aumentando em número e ampliando as regiões em que estas comunidades tradicionais se localizam. Observa-se por todo o território brasileiro quase 5000 comunidades distribuídas por 23 dos 26 estados da federação, demonstrando a imensa capilaridade distributiva destes camponeses. A dispersão pela qual passaram estes remanescentes de quilombo tomaram caminhos e estratégias diversas ao ocuparem suas terras, formarem suas famílias, forjarem seu trabalho em torno da agricultura para o sustento familiar, fortalecendo-as através da posse de sementes e mudas crioulas selecionadas para as especificidades edafoclimáticas, socioeconômicas, ambientais e culturais de cada região. Este trabalho de tese teve por objetivo estudar a família, o trabalho, a terra quilombola e as sementes e mudas crioulas nas Comunidades Remanescentes de Quilombos: Córrego das Moças, Sete Barras e João Surá, no município de Adrianópolis, Vale do Ribeira paranaense. Estas dimensões foram estudadas a partir dos referenciais teóricos da sociologia rural, da etnografia e da agroecologia. Para alcançar este objetivo, trabalhou-se com a metodologia qualitativa utilizando principalmente questionários semiestruturados e entrevistas abertas, leitura da realidade e vivência nas comunidades estudadas. As análises das dimensões: família, trabalho, terra e as sementes e mudas crioulas nas Comunidades Quilombolas demonstram que há elementos cruciais que os diferenciam como camponeses, mas demonstram que estes sujeitos também estão ligados à sociedade moderna, através das mudanças contínuas que sofrem ao adaptar para a sua realidade as novidades e modernidades da contemporaneidade sem se descaracterizar como camponeses.

Palavras Chaves:  Quilombos Quilombolas Quilombos – Vale do Ribeira (SP)

Link: TESE 1

http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/256751

[TESE] REFORMA AGRÁRIA E SEGURANÇA ALIMENTAR EM ASSENTAMENTOS RURAIS: O caso do Horto Vergel, Mogi Mirim/SP

REFORMA AGRÁRIA E SEGURANÇA ALIMENTAR EM ASSENTAMENTOS RURAIS: O caso do Horto Vergel, Mogi Mirim/SP

Aluna: Iris Cecilia Ordoñez Guerrero

Orientadora: Profa. Dra. Sonia Maria Pessoa Pereira Bergamasco

RESUMO

Diante do iminente processo de emergência do Brasil e a existência de milhões de famílias que ficaram fora deste processo, conhecer e entender a Reforma Agrária do País converte-se num fato de considerável importância social e científica. Diante disto, este trabalho tem como objetivo principal contribuir na promoção e no melhor entendimento da multidimensionalidade da política de Reforma Agrária a partir do olhar dos beneficiários. Busca conhecer e analisar a Reforma Agrária do Brasil por meio de sua materialização em Assentamentos rurais e junto às famílias assentadas; analisar o caminhar desta política por meio da sua implementação no Assentamento Horto Vergel, pondo em evidência, em nível local, os diferentes aspectos desta. Além disto, analisa a interrelação que existe, em nível familiar, entre os diferentes aspectos pelos quais perpassa a Reforma Agrária e a (In)segurança Alimentar sob enfoque da Escala Brasileira de (In)segurança Alimentar – EBIA. Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa quali-quantitativa, de caráter descritiva- explicativa, baseada em entrevistas semiestruturadas com questões abertas e fechadas, incluindo a metodologia da Escala Brasileira de (In)segurança alimentar – EBIA. Os resultados demonstram que a Reforma Agrária é uma importante política estruturante que deve ser analisada em seu caráter multidimensional. É uma Política que promove a segurança alimentar, fortalece a produção, renda, qualidade de vida, direitos e dignidade, contudo, existem caminhos a rever e parcerias a consolidar em prol da maior efetividade desta. A Reforma Agrária dialoga positivamente com a Segurança Alimentar e é evidentemente necessária tanto na vida das pessoas que passaram e que aguardam por ela assim como no desenvolvimento integral do País.

Tese Completa: TESE 5

http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/257117

[TESE] AGROECOLOGIA E MOVIMENTOS SOCIAIS: ENTRE O DEBATE TEÓRICO E SUA CONSTRUÇÃO PELOS AGRICULTORES CAMPONESES

AGROECOLOGIA E MOVIMENTOS SOCIAIS: ENTRE O DEBATE TEÓRICO E SUA CONSTRUÇÃO PELOS AGRICULTORES CAMPONESES

Aluno: Wilon Mazalla Neto

Orientadora: Profa. Dra. Sonia Maria Pessoa Pereira Bergamasco

RESUMO

O campo brasileiro tem enfrentado, nos últimos 50 anos, sinais de crise ambiental e social cada vez mais significativos, que vêm se consolidando desde a segunda metade do século XX no bojo da revolução verde, modelo que segue se fortalecendo no que hoje se denomina agronegócio. Neste contexto, a Agroecologia aliada à trajetória de luta e resistência camponesa por meio dos movimentos sociais, passou a chamar atenção como formas organizativas, tecnológicas e culturais com potencial de superar o agravamento dos problemas sociais e ecológicos. A abordagem dessa pesquisa foi investigar as experiências teóricas e práticas em Agroecologia, vividas e construídas pelos agricultores camponeses dentro dos assentamentos e acampamentos de reforma agrária do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) como novas formas de relação com o trabalho e com a natureza. Identificou-se iniciativas de transformação cultural, nas quais as experiências concretas no mundo da vida e da cultura se constituem como embriões de renovadas relações sociais que superem as anteriores de opressão, exploração e destruição da natureza. Desta forma, foi possível identificar uma série de aspectos emancipadores do trabalho e da cultura nas experiências agroecológicas dos agricultores camponeses, com destaque para o controle do processo e do tempo de trabalho, as múltiplas significações da natureza e ação ideológica na relação campo cidade.

Palabras Chaves: Reforma agrária, Campesinato, Movimentos sociais, Ecologia

Link: TESE 4

http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/257120

[TESE] PERCEPÇÃO E LÓGICAS DOS AGRICULTORES NA RECUPERAÇÃO DA MICROBACIA HIDROGRÁFICA MARIANA, NO MUNICÍPIO DE ALTA FLORESTA/MT

PERCEPÇÃO E LÓGICAS DOS AGRICULTORES NA RECUPERAÇÃO DA MICROBACIA HIDROGRÁFICA MARIANA, NO MUNICÍPIO DE ALTA FLORESTA/MT

Aluno: Delmonte Roboredo

Orientadora: Profa. Dra. Sonia Maria Pessoa Pereira Bergamasco

RESUMO

O governo brasileiro apoiou irrestritamente a ocupação da Amazônia Legal com créditos altamente subsidiados para substituir a floresta por atividades agropastoris com a justificativa de que precisava ocupar aquela região para soberania nacional. Deste modo, o governo federal investiu fortemente na região, sem nenhuma preocupação ambiental, sendo o município de Alta Floresta, no Extremo norte do Estado de Mato Grosso, produto deste projeto governamental. Esta visão antropocêntrica gerou enormes externalidades negativas aos diferentes agroecossistemas. O objetivo deste trabalho foi avaliar o nível de degradação socioambiental da Microbacia Hidrográfica Mariana (MBM) localizada em Alta Floresta/MT, utilizando dados secundários (relatórios de pesquisas, artigos, teses, entre outros) e primários (entrevistas com lideranças políticas, agricultores, etc.), norteado por um aparato teórico-metodológico. Foram realizadas amostragens de solos para avaliação dos atributos físicos e químicos com dados coletados na área de preservação permanente (APP) e do entorno (ENT), entrevistas semi-estruturadas, história oral e adoção do marco MESMIS (Marco para la Evaluación de Sistemas de Manejo de Recursos Naturales) para construção de indicadores de sustentabilidade socioambiental dentro do enfoque sistêmico, envolvendo diferentes atores sociais (agricultores e urbanos). Empregou-se quatro técnicas da estatística multivariada (Análise Fatorial por Correspondências Múltiplas, Análise de Componentes Principais Não Lineares, Análise de Variância multivariada e Classificação Hierárquica Ascendente) que identificou dois sistemas de manejos da MBM com os quais foram construídos indicadores para comparar a sustentabilidade entre eles. Pelos resultados obtidos, detectou-se que os solos da MBM estão degradados posto que: 74,5% das áreas dos estabelecimentos (APP e ENT) apresentaram macroporosidade menor que 10%; 78% dos solos da APP na camada de 0 – 0,20 m apresentaram densidade superior a 1,5 Mg m-3; 64,8% das áreas estudadas estão com a resistência mecânica do solo à penetração variando entre 2,5 e 5 MPa; a saturação por bases identificou que a maior parte dos solos necessita corrigir a acidez devido aos resultados médios que acusarem 46% (APP) e 44% (ENT) deste indicador; e 29,4% dos agroecossistemas apresentou teor de matéria orgânica menor ou igual a 20 g dm-3. O marco MESMIS identificou que aquele espaço rural encontra-se muito longe do ideal de sustentabilidade tendo em vista o baixo índice agregado obtido no cluster 1 (35%) e no cluster 2 (35,2%), corroborado pela visão dos atores sociais urbanos que atingiu 40,2%, gerando o índice geral médio de 36,8%, indicando que a MBM encontra-se na condição “não sustentável ou crítica”. Conclui-se que a recuperação socioambiental daquele território requer adoção imediata de políticas públicas, construídas com os agricultores, através da implementação de um projeto de microbacia hidrográfica para recuperação e a conservação dos solos, bem como a aplicabilidade do serviço de extensão rural, dentro de uma visão agroecológica, para que juntos com os agricultores, como protagonistas, sejam construídos caminhos na busca do desenvolvimento rural sustentável.

Palavras Chaves: Desenvolvimento rural, Ecologia agrícola, Indicadores de sustentabilidade, Agricultura familiar

Link: TESE 2

http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/257108

[TESE] O DIREITO À MORADIA NO MEIO RURAL: SIGNIFICADOS, ENTRAVES E POTENCIALIDADES PARA SUA CONQUISTA

O DIREITO À MORADIA NO MEIO RURAL: SIGNIFICADOS, ENTRAVES E POTENCIALIDADES PARA SUA CONQUISTA

Aluna: Taís Marotta Brosler

Orientadora: Profa. Dra. Sonia Maria Pessoa Pereira Bergamasco

RESUMO

A questão da habitação no meio rural passa por modificações através de políticas públicas específicas, buscando sanar problemas constantemente encontrados como a falta de moradia ou a sua precariedade. Uma habitação de qualidade faz parte da luta diária dos agricultores familiares, principalmente quando se trata da garantia a uma moradia digna. Ao considerar que a conquista da moradia está estreitamente vinculada ao acesso à terra, a inobservância do seu direito estará fortemente presente no meio rural brasileiro, como consequência histórica da exclusão e marginalização desses agricultores no processo de formação do País. Porém, os financiamentos e recursos direcionados à moradia no meio rural são escassos e as políticas públicas habitacionais se consolidam tendo como base diretrizes vinculadas aos problemas e necessidades observados no meio urbano. Assim, a pesquisa teve por objetivo diagnosticar entraves e potencialidades para a conquista do direito à moradia digna no meio rural, analisando o significado e a função da moradia dentro da unidade familiar. O trabalho de campo foi realizado em um assentamento de reforma agrária, localizado em Tremembé-SP,  no qual houve a atuação do Estado na construção das casas, e em um bairro rural, localizado em Pindamonhangaba-SP, onde há ausência do Estado na garantia da moradia, totalizando 336 famílias participantes. O estudo foi feito através de questionários estruturados formulados a partir das diretrizes apontadas pela ONU para um direito à moradia adequada, tendo como proposta a elaboração de indicadores gerados a partir de análise multivariada, com o intuito de avaliar os fatores que influenciavam a conquista desse direito nas comunidades. Realizaram- se, também, entrevistas semiestruturadas e histórias de vida com famílias de ambas as comunidades e observações em um grupo familiar do Assentamento. Os fatores de saída dos indicadores apresentaram pequenas variações entre as comunidades, apesar de ter havido a atuação do Estado no Assentamento. Foi possível identificar os arranjos familiares para a constituição da moradia, tanto em seu aspecto físico como nas representações subjetivas da mesma, identificando-a como representativa do passado desses agricultores, com influências presentes e significadas a partir de um grupo familiar que extrapola os limites da própria comunidade. Todavia, o direito à moradia não estava garantido para as famílias de ambas as comunidades, onde a ausência do Estado e a insegurança de posse relacionada à precariedade do acesso à terra são os principais elementos que determinam esta realidade.

Palavras chaves: Assentamentos rurais, Comunidades rurais, Habitação rural – Brasil, Indicadores sociais e Observação participante

Link: TESE 3

http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/256748

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