(PAPER) O Planeta está nos dando um recado?

Titulo: O Planeta está nos dando um recado?

Autor: Daniel Neri – CREAB/UNICAMP – FPN

Ano: 2020

Em matéria do dia 25 de Março no conceituado jornal Inglês The Guardian, intitulada “A Natureza está nos mandando uma mensagem”, Inger Andersen, Diretora Executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, envia um alerta aos povos. Segundo a economista, ex-vice-presidente da ONU para o Oriente Médio e África, “a humanidade está pressionando demasiadamente o mundo natural com consequências prejudiciais” e alertou que “não cuidar do planeta significa não cuidar de nós mesmos”.[1]

A dinamarquesa se baseia no fato de que a expansão humana sobre espaços selvagens tem originado as últimas epidemias sérias como a Sars (gripe aviária), o Ebola e, neste momento, a COVID-19, e destaca o fato de 75% das doenças infecciosas emergentes têm origem na vida selvagem.

O chamado vem num momento em que o mundo segue debatendo sobre quais são os meios mais eficazes para reduzir no número de mortes causadas pelo Corona Vírus e, ao mesmo tempo, impacte ao mínimo a economia, nos âmbitos locais e global. Andersen afirma que a doença originária na China é um “claro tiro de alerta”, e que nossa civilização está “brincando com fogo”.

Sou marxista, portanto afeito a um materialismo histórico e ateu. Logo, suponho que você imagine que ideias como “o planeta está nos mandando mensagem”, ou “a natureza está dando o troco” não fazem muito sentido para mim. Na verdade, penso que tais construtos não servem nem como elemento simbólico ou metáfora. O planeta está sendo planeta. A vida selvagem sendo vida selvagem. Simples assim. Já passamos por diversas extinções em massa e a vida sempre se renovou ou recomeçou de algum ponto. Se os humanos acabarem com a vida na Terra, ela – e todo o universo, com seus 100 bilhões de bilhões de estrelas, diga-se de passagem, vão seguir suas histórias indiferentemente.

Embora reivindique esse simbolismo da Gaia, a Mãe-Terra, a Deusa-Primordial, a executiva nórdica abre mão desse simbolismo rapidamente ao apontar que o problema está no fato relativamente simples de invadirmos o habitat natural de espécies selvagens. Assim, é natural que passemos a ser contaminados por microrganismos para os quais não fomos adaptados ao longo do nosso processo evolutivo.

Não tem nada de excepcional nisso. Ou surpreendente. Nada de holístico, espiritual ou energético. Isso é biologia básica, que o Darwin começou a nos ensinar há quase 200 anos.

Mas o que me incomoda no convite que a gestora máxima das Nações Unidas para o meio ambiente nos faz não é o caráter obscuro da sua hipótese do suposto “recado” do planeta aos terráqueos ante essa que pode ser a maior pandemia dos tempos modernos. Meu estranhamento é anterior. Ele vem da percepção sobre o número crescente de pessoas das ciências e da academia que acabam “incorporando” discursos fatalistas para a problemática ambiental, como se os problemas que vivemos hoje não tivessem uma causa objetiva, material, concreta, e que nos cabe apenas a tarefa de mitigar os efeitos pensando nas gerações futuras.

É assustador como, diante da caos que a própria ONU ajuda a mapear, não se critica o papel dessa organização nesse cenário. Afinal, não é óbvio que o capitalismo está por trás dessa hecatombe ambiental que já assumiu escala planetária? E, ao mesmo tempo, também não é evidente que a Organização que controla o Banco Mundial e o FMI é aquela que defende os interesses das nações imperialistas dentro das Nações “Unidas”?

Marx, nos idos de 1860, plantou a semente que do que hoje se revela certeza inquestionável. Nenhum pesquisador sério que estude meio ambiente tem dúvidas sobre o fato de que estamos esgotando recursos e poluindo o planeta num ritmo impossível de ser revertido, e que já comprometemos seriamente a possibilidade da vida como conhecemos para as futuras gerações.

A ONU, desde a sua fundação, faz muito bem o papel de amortecer esse debate. A mesma entidade que define em seu conselho de segurança quem pode matar, que coage com seus empréstimos quem pode se desenvolver, estimula e faz o debate da questão ambiental “corretamente”. Suas agências, OMS, UNESCO, IPCC, fomentam programas, incentivam pesquisas, doam recursos, fazem campanhas, salvam vidas, mas nunca, nunca vão ao cerne da questão.

Atualmente é crescente o número de autores que discutem a temática ambiental e que apontam que a humanidade e a vida no planeta só têm futuro se começarmos a buscar saídas fora do capitalismo. No entanto, infelizmente, muitos deles insistem em negar o socialismo como opção; sustentam que a queda da União Soviética e a “reconversão” da Rússia e China ao capitalismo é a prova de que o socialismo fracassou. Alheios à teoria marxista, defendem um mundo futuro pós capitalista, mas nunca fazem essa discussão sob o ponto de vista da nossa classe, dos trabalhadores, dos países periféricos e super explorados. Apontam soluções que viriam como uma espécie de tomada de consciência global, uma percepção coletiva de que, estando à beira do abismo, as corporações, os grupos financeiros, as superpotências iriam perceber os recados de Gaia e, magicamente, romperiam com esse modo cancerígeno de sugar o planeta.

Essas pessoas, ainda que imbuídas de um espírito honestamente preocupado e consciente dos riscos que a humanidade e toda a biodiversidade atualmente correm, apresentam pseudo soluções que não mexem no coração do sistema capitalista: o latifúndio e a propriedade privada dos meios de produção, a super exploração do trabalho, a absurda concentração de renda e riqueza.

Assim, esse discurso “crítico” acaba arrastando uma legião de estudantes, professores e pesquisadores para certo tipo de limbo: forma pessoas anticapitalistas, ou pelo menos, que compreendem que a vida não persiste com ele, porém não oferece qualquer alternativa concreta de como podemos superar ou mesmo acabar com ele.

Reproduzem-se, então as mensagens que tanto interessa a quem mais usufrui do modo de produção capitalista: os países do norte global, as elites, a burguesia mundial. Entram em ação, a UNESCO, O IPCC, a OMS, com suas mensagens que apelam à conscientização e ação individuais: menos plástico, menos canudinhos, menos descartáveis, mais reciclagem, cada gota conta, objetivos do milênio, objetivos do desenvolvimento sustentável, acordos de Estocolmo, Kioto, Paris, Agenda 2030, 2050, 2100…

Enquanto isso segue em curso e de modo crescente a mineração em larga escala, o uso desenfreado e desregulado de agrotóxicos, aumento ininterrupto de exploração de petróleo e seus derivados, movidos por absoluta necessidade de ganhos e acumulação infinitos.

É muito aflitivo não termos movimentos de classe que se organizem de modo contundente, capazes de enfrentar coletivamente o capitalismo global, mas aflige ainda mais ver como grande parte da classe intelectual segue hipnotizada nesse limbo da discussão ambiental atual. Dá a impressão que se mobilizar e construir um enfrentamento real ao capitalismo e às consequências da exploração desenfreada é tarefa dos outros. Que o papel da academia é somente alertar para o grito de Gaia.

Não que se espere que a revolução que vai derrubar esse modelo será construída na academia. Quando ela acontecer, será fruto da falência obrigatória do sistema capitalista, que, por sua essência, é insustentável. Mas me resta frágil esperança de que ela possa ganhar força e ser orientada por mais pessoas como nós, que temos o privilégio de não sofrer diretamente as consequências da exploração desenfreada e ainda temos a chance de ler e compreender, estudar, pesquisar. É inadmissível que a classe intelectual e científica mundial que vê, compreende e critica os efeitos do capitalismo globalizado não seja capaz de atuar, de fato, na sua superação.

[1] https://www.theguardian.com/world/2020/mar/25/coronavirus-nature-is-sending-us-a-message-says-un-environment-chief

(PAPER) – Migrações forçadas na pandemia: quem quer voltar e quem não quer sair

Titulo: Migrações forçadas na pandemia: quem quer voltar e quem não quer sair

Autora: Talita Gantus de Oliveira – Doutoranda – IG/UNICAMP

Ano: 2020 – Campinas, 13 de Maio de 2020

Há mais de 40 dias isolada em casa, em solo paulista, sinto saudade das terras mineiras onde nasci, e lembro com pesar da viagem para lá agendada, que aconteceria no último feriado. Interrompo as leituras sobre racismo ambiental e violências na mineração para uma pesquisa que venho fazendo em um grupo numa universidade que trabalha com questões que envolvem o desastre-crime de Brumadinho.

Resolvo, então, procurar notícias sobre a relação das temáticas com o cenário atual de pandemia. Foi quando me deparei com uma foto, de cortar o coração, de uma senhora em uma notícia: debaixo de forte chuva sobre o Bairro Córrego do Feijão, em Brumadinho, Minas Gerais, a dona de casa, de 82 anos, se abrigava sob a sombrinha, à espera de uma carona. Queria retornar a Casa Branca, outro bairro do município, a 13 quilômetros. Mas, desde que a pandemia da Covid-19 impôs restrições ao convívio social, não há mais acesso ao transporte público. Um motorista de ônibus para, mas lamenta, injuriado, que não poderia ajudar a senhora, pois estava indo em outro sentido. Resignada, ela seguiu esperando por uma carona, enquanto dizia não ter medo da doença causada pelo novo coronavírus. “Preciso é ir para casa. Não tenho medo de nada, não. Se nem a barragem me pegou… Aqui, a gente está abandonada. Mas já estou mais para lá do que para cá… Estou é na hora de morrer, já”, desabafou a senhora ao jornalista, em um misto de resignação e cansaço.

Numa live, o líder indígena Ailton Krenak disse que o barulho dos trens que transportam o minério da Vale de Minas para o Porto de Tubarão, no litoral do Espírito Santo, parecia ainda mais feroz nesses tempos de pandemia. Como se a mineradora estivesse aproveitando o caos instalado, que evidencia um colapso ambiental iminente, para extrair o que ainda resta deste pedaço de terra chamado Brasil. Como uma demonstração de pressa em engolir e triturar montanhas para carregar navios enviados para o outro lado do mundo. Ou, como disse brilhantemente Carlos Drummond de Andrade: “O maior trem do mundo / leva a minha terra / para a Alemanha / leva a minha terra / para o Canadá / leva a minha terra / para o Japão / o maior trem do mundo / puxado por cinco locomotivas a óleo diesel / engatadas geminadas desembestadas / leva meu tempo, minha infância, minha vida / triturada em 163 vagões de minério e destruição (…)”

Continuo lendo mais notícias que denunciam o descaso no qual Brumadinho e seu entorno se encerram, agravado pela Covid-19. Tentativa vã. A grande mídia segue a mesma cartilha do cronograma imposto por aqueles que sentam atrás das cadeiras, e que dão as canetadas que garantem que a exaustão de terras arrasadas se transformem em ativos financeiros, enriquecendo carteiras virtuais de minorias. Os jornais alardeiam: “a mineração não pode parar!” Outros anunciam: “Vale doa testes para salvar a saúde dos brasileiros.” Alguns poucos denunciam a real situação: a de um sistema de exploração mineral que não dá trégua nem diante de uma crise sanitária de múltiplas proporções.

Venho pesquisando quais ações estão sendo tomadas pela mineradora depois rompimento da barragem de Córrego do Feijão, que gerou inúmeros problemas socioambientais naqueles territórios. Qual assistência ela vem dando às populações que sofreram com o impacto de uma migração forçada? Como tem sido o gerenciamento desse isolamento para os atingidos? Que efeitos o isolamento traz para essas pessoas que estão morando em locais provisórios, em um pedaço de chão que não sentem ser delas? Quais as dificuldades enfrentadas num cenário que as levou à perda de seus vínculos, em que os laços comunitários foram desfeitos? – tanto pelas mortes que o rompimento acometeu, quanto pelas migrações forçadas que desfizeram a estrutura das redes de apoio.

O Brasil enfrenta múltiplas crises de deslocamento forçado. Desde 2016, milhares de venezuelanos cruzaram a fronteira com o Brasil em busca de segurança e sobrevivência. O país também recebe refugiados de mais de 80 nacionalidades, além de um número alto de migrantes haitianos. Mas, muito menos visíveis, no entanto, são os milhões de brasileiros que são forçados a se deslocarem em função de desastres naturais, da violência sistemática e de empreendimentos de desenvolvimento. Não só de empreendimentos que falham miseravelmente – como as barragens de rejeito que se romperam; mas de empreendimentos que, por meio de alianças, geram uma especulação imobiliária tão absurda que uma cidade se torna várias, de tão marcada pela segregação sócio-espacial. Na Região Metropolitana de São Paulo, mais de dez mil famílias perderam suas casas no último ano e mais de duzentas mil estão ameaçadas de remoção. Os deslocamentos dessas pessoas, em situação já precária, colocam-nas ainda mais expostas ao vírus, ao compartilharem habitação com outras famílias e, em casos extremos, ao irem morar na rua.

Enquanto a senhora de 82 anos tentava voltar para casa em Brumadinho, outras tentam permanecer em suas casas em uma situação que não poderia parecer mais catastrófica do que já é. Alternando mistos de desânimo, otimismo e força de vontade, o pensamento que reverbera na minha mente é só um: se sairmos os mesmos dessa pandemia, cenários devastados pela destruição triunfarão como produto da ganância. Os impactos da pandemia não são uniformes nem homogêneos para todos, e as condições que as pessoas têm de lidar com eles também não. Com isso, qualquer estratégia de combate, de prevenção ou de atendimento à Covid-19 precisa ser pautada pelas condições materiais específicas de cada local de ação.

Link: https://cemiunicamp.com.br/observatorio-no-47/

 

(REVISTA – ADAPTAÇÃO ) – Adaptação à Mudança do Clima.

Titulo: Adaptação à Mudança do Clima.

Autores: Ministerio do Meio Ambiente – Secretaria de Mudanças, Climaticas e Qualidade Ambiental.

Ano:  2016  (Pags. 56)

Editorial – Clima de convergência :  Para ampliar o conhecimento sobre o Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima, nós da equipe da Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente elaboramos esta revista. Nas páginas a seguir, o leitor terá a oportunidade de conhecer diferentes opiniões relacionadas à adaptação e obter informações atualizadas sobre inciativas em curso. Sobre tudo as considerações do ministro Sarney Filho, que volta à casa pela segunda vez. O conceito de adaptação e uma retrospectiva da história climática são abordados pelo doutorando em Ciências do Sistema Terrestre pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Pedro Ivo Camarinha. Do Recife vem uma reportagem elaborada pela jornalista Alice de Souza, na qual ela apresenta os resultados das análises que a equipe da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) publicou recentemente sobre os impactos que a costa do estado vem sofrendo com a mudança do clima. Essa edição conta, também, com a contribuição de membros do governo federal, provenientes de diversos ministérios, e de outros colaboradores, cujas participações foram importantes para promover a compreensão de conceitos e iniciativas ligadas à temática de Adaptação. Por fim, a revista traz um panorama do processo de construção do Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima, que foi recentemente lançado, com vistas a orientar iniciativas para a gestão e diminuição do risco climático no país.
Como muito bem lembrou a analista ambiental Jennifer Viezzer, no texto que escreveu aqui para revista, em referência ao escritor inglês H. G. Wells: “Adaptar ou perecer, agora e sempre, é o imperativo inexorável da natureza”. Esta revista também está disponível em versão digital no sítio eletrônico do Ministério do Meio Ambiente.

https://www.mma.gov.br/informma/item/237-adapta%C3%A7%C3%A3o-%C3%A0-mudan%C3%A7a-do-clima.html

(CURSO) – Educação Ambiental e Mudanças no Clima para Gestores – Modulo 1 – O mundo se une contra os efeitos da Mudança do Clima para Gestores.

Titulo: CURSO Educação Ambiental e Mudanças no Clima para Gestores – Modulo 1 – O mundo se une contra os efeitos da Mudança do Clima

Autores: Ministerio do Meio Ambiente – (pags. 41)

Apresentação: Olá! Seja muito bem-vindo(a) ao curso Educação Ambiental e Mudanças no Clima para Gestores. Bom, o presente curso de Educação a Distância (EaD) oferecido pelo Departamento de Educação Ambiental (DEA) do Ministério do Meio Ambiente (MMA) tem como público-alvo os gestores estaduais e municipais. Ao priorizar o público-alvo, levamos em consideração que o início dos mandatos dos prefeitos e vereadores eleitos teria como um dos desafios o cumprimento das metas do Acordo de Paris e, como oportunidade, realizar iniciativas inovadoras de adaptação à mudança do clima e medidas políticas que podem gerar novas oportunidades de trabalho. Tem muita coisa sendo feita! Não será possível mostrar todas as iniciativas que os estados e municípios estão implementando dentro da carga horária estabelecida, pois cada instrumento de planejamento urbano e territorial demandaria um curso específico. Vamos procurar dar uma visão geral do que está acontecendo em termos de políticas sobre mudança do clima nos estados bem como os desafios e oportunidades que os municípios enfrentam neste contexto. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em julho de 2015, a estimativa da população no Brasil era de 204,5 milhões de habitantes distribuídos pelos 5.570 municípios que compõem as 27 Unidades da Federação (UF). Com uma distribuição populacional espacialmente desigual, temos, por exemplo, o estado de São Paulo com 21,7% da população total do país e o estado de Roraima que representa apenas 0,2% deste universo. É necessário distinguir as especificidades regionais, os diferentes conhecimentos, aportes tecnológicos e capacidade de gestão dos municípios brasileiros para implementar políticas públicas de baixo carbono. É com esta perspectiva que vamos oferecer este curso. Inicialmente, mostraremos a você as diretrizes dos documentos internacionais para minimizar os impactos da mudança do clima, como os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e o Acordo de Paris. Na sequência, vamos mostrar a articulação dos municípios, algumas plataformas que medem emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), alguns instrumentos de planejamento territorial e gestão de risco, o papel das cidades e as especificidades regionais que impõem medidas e políticas diferenciadas de gestão socioambiental. Terminaremos mostrando algumas ações que podem ser inseridas dentro dos planos municipais de gestão ambiental existentes. Em cada módulo, apresentaremos os conteúdos juntamente com vídeos, sugestões de leitura e no final, os exercícios de fixação para você se familiarizar com esta temática. Esperamos que aproveite os conhecimentos disponibilizados neste curso como subsidio à implementação das políticas de desenvolvimento sustentável de seu município. Antes de começarmos nossa caminhada, é importante analisarmos a forma como estruturamos o curso, visando a uma aprendizagem produtiva.

Vamos lá?

https://www.passeidireto.com/arquivo/62953614/o-mundo-se-une-contra-os-efeitos-da-mudanca-do-clima/5

https://ead.mma.gov.br/mod/page/view.php?id=73&forceview=1

(ARTIGO) – Agroecologia e tecnologia social como caminhos para o desenvolvimento rural integral: uma aproximação

Titulo: Agroecologia e tecnologia social como caminhos para o desenvolvimento rural integral: uma aproximação

Autores: Marcia M. Tait, Ednaiva F. Neves, Gabriel Gonçalves.

Resumo: Tanto sob a perspectiva empírica, como teórico-conceitual, a Tecnologia Social (TS) pode ser entendida como aquela tecnologia que melhor se alinha à proposta de resolver os problemas sociais: primeiro, a TS possibilita o processo de construção social da tecnologia, isto é, os atores sociais que utilizarão a tecnologia participam da construção da mesma. Além disso, ao invés de garantir os objetivos de geração de lucro, ela é voltada para resolver problemas sociais e, dentre estes, a exclusão social. A TS se alinha à temática do desenvolvimento rural, tanto pela crítica aos problemas sociais gerados pelo capitalismo, como, pela crítica a sua insustentabilidade ambiental. Além disso, as discussões sobre o desenvolvimento rural, durante a década de 1990 marcaram a diferenciação entre a agricultura familiar (geralmente, pequena) e a grande agricultura – elemento essencial para mostrar a importância de se desenvolver políticas públicas para a agricultura familiar. A Agroecologia também se posiciona criticamente contra os problemas gerados pelo capitalismo, destacado que o modelo da grande agricultura, com seus objetivos de lucro, não se alinha à proposta de sustentabilidade. Em contraposição, é são os pequenos agricultores familiares que vêm se dedicando a desenvolver práticas agrícolas alternativas, que se alinham à proposta de uma sociedade sustentável (sob a perspectiva econômica, ambiental, social, etc.).

https://periodicos.ufsm.br/eed/article/view/41536

Plataforma: sementeia.org

 

(ARTIGO) – Saberes tecnocientíficos e populares: a pesquisa, o ensino e o pilar manco da extensão.

Titulo: Saberes tecnocientíficos e populares: a pesquisa, o ensino e o pilar manco da extensão.

Autora: Marcia M. Tait

Introdução: Num país de dimensões continentais, de tradição agrária, em que uma memória de posse violenta da terra fica latente sob os discursos lineares e universalizantes do agronegócio, alvo das tecnologias das mais diversas sortes produzidas junto às pesquisas nas ciências agrárias, vale ponderar sobre a existência e a prática de uma ciência que, muitas vezes, se pretende “neutra”. O tradicional tripé “ensino, pesquisa e extensão”, mote de universidades públicas, confere a essas três categorias o mesmo estatuto de valor ao concebê-las separadamente, mas fadadas ao que seria um “ponto de encontro”. Algo, contudo, acontece durante essa possibilidade de encontro, que faz com que o pilar da extensão nas universidades encontre-se frequentemente “manco”. No que tange as ciências agrárias, apagar ou colocar em questão os saberes da população rural, ou ainda, reformulá-los para conferir a eles um estatuto “científico” e, posteriormente, “devolvê-los” ao homem do campo, causa, frequentemente, um ponto de inflexão na trajetória para um possível encontro entre a pesquisa, o ensino e a extensão.

sementeia.org

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(LIVRO) – Desastres Naturais : conhecer para prevenir

Titulo: Desastres Naturais : conhecer para Prevenir
Autores: Lidia K. Tominaga, Jair Santoro, Rosangela do Amaral
Ano: 2019 – Instituto Geologico – SMA
APRESENTAÇÃO: Os Desastres Naturais constituem um tema cada vez mais presente no cotidiano das pessoas, independentemente destas residirem ou não em áreas de risco. Ainda que em
um primeiro momento o termo nos leve a associá-lo com terremotos, tsunamis, erupções vulcânicas, ciclones e furacões, os Desastres Naturais contemplam, também, processos e fenômenos mais localizados tais como deslizamentos, inundações, subsidências e erosão, que podem ocorrer naturalmente ou induzidos pelo homem. Responsáveis por expressivos danos e perdas, de caráter social, econômico e ambiental, os desastres naturais têm tido uma recorrência e impactos cada vez mais intensos, o que os cientistas sugerem já ser resultado das mudanças climáticas globais.
No Estado de São Paulo, e no Brasil de uma forma geral, embora estejamos livres dos fenômenos de grande porte e magnitude como terremotos e vulcões, são expressivos o registro de acidentes e mesmo de desastres associados principalmente a escorregamentos e inundações, acarretando prejuízos e perdas significativas, inclusive de vidas humanas. Embora o tema seja objeto de diversas publicações em várias partes do mundo, no Brasil ainda carecemos de uma obra que reúna a questão de desastres em um mesmo material. A presente publicação constitui, assim, uma primeira contribuição no sentido de reunir, em um único volume, os diversos aspectos que balizam as ações de prevenção de desastres naturais. Para tanto, procurou-se reunir conceitos, terminologias, métodos de análise, e aplicações que possibilitam um entendimento dos cenários potencialmente favoráveis à ocorrência de acidentes e desastres, bem como que sirva para subsidiar os agentes envolvidos na análise, gerenciamento e intervenções de áreas de risco ou potencialmente perigosas.
Além disso, foi dada ênfase aos processos e fenômenos típicos do Estado de São Paulo e do Brasil. A publicação, em seu capitulo inicial, aborda a conceituação e classificação dos desastres naturais e apresenta um panorama geral da ocorrência de desastres naturais no mundo, no Brasil e no Estado de São Paulo. Na sequência, nos capítulos 2 a 8, são apresentados os principais fenômenos geoambientais relacionados aos desastres naturais, seus mecanismos e as medidas de prevenção. No capítulo 9, discorre-se sobre os conceitos básicos de perigo e risco e os métodos empregados na análise e mapeamento de risco, instrumentos técnicos fundamentais na prevenção e na gestão de desastres naturais. Finalizando, no último capítulo, são tratadas as ações de gerenciamento de desastres naturais adotadas em âmbito municipal, estadual e nacional, apresentando as diversas experiências de prevenção e mitigação de desastres no Brasil com destaque aos planosdesenvolvidos e adotados no Estado de São Paulo.
O Livro – Desastres Naturais: conhecer para prevenir – é resultado da experiência de técnicos e pesquisadores do Instituto Geológico, da SMA, que a cerca de vinte anos tem desenvolvido pesquisas e atividades sobre o tema. A atuação do IG no assunto tem se ampliado e consolidado a cada ano, permitindo que a Instituição atue de forma expressiva 32085002 miolo.indd 9 19/1/2010 10:59:08 e aplicada em apoio à prevenção de Desastres no Estado e no País. Os trabalhos associados a escorregamentos já estão consolidados na região da Serra do Mar, na região do ABC, na região de Sorocaba e mais recentemente nas regiões do Vale do Paraiba e Serra da Mantiqueira, no Estado de São Paulo. Além disso, o IG tem desenvolvido ações nos temas erosão, continental e costeira, subsidências, e recentemente associados a inundações nas regiões de Ribeirão Preto e Araraquara.
Esta experiência adquirida, ao longo de 20 anos, permitiu que o Instituto atuasse com destaque no Estado de Santa Catarina, em apoio aos desastres ocorridos em novembro de 2008. Além das ações diretamente relacionadas ao gerenciamento e enfrentamento das situações de riscos e dos acidentes, os trabalhos do IG no tema aplicam-se também às ações e instrumentos de gestão ambiental e de ordenamento territorial do Estado, implementados no âmbito da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SMA). Com esta publicação, esperamos contribuir para que, técnicos, gestores e público em geral possam obter uma visão abrangente que envolva os processos perigosos, os impactos possíveis, a forma de análise, os instrumentos de gestão e as ações mitigadoras que se apliquem a prevenção de Desastres Naturais. Ressaltamos, por fim, que esta publicação integra um conjunto de materiais de divulgação sobre o tema e que reflete a experiência acumulada no Instituto Geológico, em trabalhos junto a SMA e a Defesa Civil do Estado de São Paulo.
Francisco Graziano Neto Ricardo Vedovello
Secretário de Estado do Meio Ambiente Diretor do Instituto Geológico
Link: arquivo.ambiente.sp.gov.br/publicacoes/2016/12/DesastresNaturais.pdf

(LIVRO) – Ailton Krenak – O amanhã não está à venda.

Titulo: Ailton Krenak – O amanhã não está à venda.

Autor: Ailton Krenak

Ano: 2020

Há vários séculos que os povos indígenas do Brasil enfrentam bravamente ameaças que podem levá-los à aniquilação total e, diante de condições extremamente adversas, reinventam seu cotidiano e suas comunidades. Quando a pandemia da Covid-19 obriga o mundo a reconsiderar seu estilo de vida, o pensamento de Ailton Krenak emerge com lucidez e pertinência ainda mais impactantes.

Em páginas de impressionante força e beleza, Krenak questiona a ideia de “volta à normalidade”, uma “normalidade” em que a humanidade quer se divorciar da natureza, devastar o planeta e cavar um fosso gigantesco de desigualdade entre povos e sociedades. Depois da terrível experiência pela qual o mundo está passando, será preciso trabalhar para que haja mudanças profundas e significativas no modo como vivemos.

“Tem muita gente que suspendeu projetos e atividades. As pessoas acham que basta mudar o calendário. Quem está apenas adiando compromisso, como se tudo fosse voltar ao normal, está vivendo no passado […]. Temos de parar de ser convencidos. Não sabemos se estaremos vivos amanhã. Temos de parar de vender o amanhã.”

Ailton Krenak – O amanhã não está à venda

(SUMÁRIO) Plano nacional Sobre Mudança do Clima – PNMC – BRASIL

Titulo: Plano nacional Sobre Mudança do Clima – PNMC – BRASIL

Autores: COMITÊ INTERMINISTERIAL SOBRE MUDANÇA DO CLIMA (Decreto nº 6.263, de 21 de novembro de 2007)

Apesentação: A mudança global do clima é tema que ganha a cada dia maior relevância na agenda de governos, das empresas e da sociedade como um todo. Embora ainda seja marcado
por muita polêmica, o aquecimento do planeta fruto da atividade humana é, hoje, reconhecido pela comunidade científica internacional e demanda grande disposição política para sua mitigação. O Brasil muito tem feito para o enfrentamento do problema, tornando-se uma das principais referências mundiais quanto à conquista de soluções adequadas perante esse gigantesco desafio – a exemplo de nossa matriz energética – e estamos engajados a fazer ainda mais, no âmbito de um esforço verdadeiramente global de combate à mudança do clima. Nesse sentido, atuamos tanto no plano interno, quanto nas negociações internacionais relativas ao tema, nas quais buscamos viabilizar um amplo esforço internacional justo e eqüitativo, para evitar que as populações, especialmente as mais pobres e que nada fizeram para gerar o problema, sofram ainda mais com as conseqüências de padrões insustentáveis de produção e consumo dos países mais ricos.
O Plano Nacional sobre Mudança do Clima que ora apresentamos ao país, constituise em um marco relevante para a integração e harmonização de políticas públicas, seguindo as diretrizes gerais da Política Nacional encaminhada este ano ao Congresso Nacional. É fruto do trabalho do Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima e de seu Grupo-Executivo, instituídos há cerca de um ano para cumprir esse propósito, com a colaboração de outros colegiados e instâncias como o Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, a Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima, a III Conferência Nacional do Meio Ambiente, bem como Fóruns Estaduais de Mudanças Climáticas e organizações da sociedade. Os objetivos estabelecidos no Plano são audaciosos, se comparados com os de outros países. O potencial de contribuição para a redução das emissões de gases de efeito estufa dele decorrente é um dos maiores – se não o maior – dentre todas as nações. Ao mesmo tempo em que reconhecemos neste plano um marco relevante para qualificar a elaboração e implementação das políticas públicas no país, assumimos o compromisso
de avaliá-lo e aperfeiçoá-lo regularmente de forma cada vez mais participativa, conceito e prática que fomentamos por considerá-los os mais adequados para integrar, harmonizar,
qualificar e fortalecer os esforços e compromissos dos governos e da sociedade voltados à construção solidária de um futuro melhor para os brasileiros e para a humanidade
como um todo.

https://www.mma.gov.br/estruturas/smcq_climaticas/_arquivos/plano_nacional_mudanca_clima.pdf

file:///C:/Users/User-PC/Documents/BLOG-LTM/Sumrio_executivo_PlanoNacionalsobre%20MudançadoClima_pnmc.pdf

(LIVRO) – Serie Ensino, Aprendizagem e Tecnologia – Desenvolvimento, Agricultura e Sustentabilidade

Titulo: Serie Ensino, Aprendizagem e Tecnologia – Desenvolvimento, Agricultura e Sustentabilidade

Autores: Fabio dal Soglio e Rumi R. Kubo (Orgs.)

Ano: 2016 – (Pags 206)

Este livro foi preparado para enriquecer o acervo de textos originais de apoio aos alunos da disciplina Agricultura e Sustentabilidade, oferecida no Curso de Bacharelado em Desenvolvimento Rural – PLAGEDER da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Ele dá continuidade à publicação de um primeiro volume, publicado em 2009, que tinha o escopo inicial de disponibilizar para os alunos do curso revisões atualizadas de artigos acadêmicos que versassem sobre temáticas relacionando a agricultura como um todo – e não exclusivamente seu recorte produtivo – com as perspectivas de desenvolvimento sustentável. Aquela primeira publicação não tinha a pretensão de esgotar a temática, e tampouco a de se constituir como referência para fora do curso. Mas, para nossa surpresa, os textos publicados passaram a ser amplamente utilizados e citados, pois cumpriam um papel interessante na revisão da bibliografia disponível, e muitas vezes de difícil acesso ou compreensão, para um público mais abrangente que o do corpo discente do PLAGEDER.

www.ufrgs.br/cursopgdr/downloadsSerie/derad105.pdf

 

 

(LIVRETO) Agroecologia: uma ciência do campo da complexidade

Titulo: Agroecologia: uma ciencia do campo da complexidade.

Autores: Francisco R. Caporal (Orgs) – Gervacio Paulus e Jo´se A. Costabeber.

Ano: 2009 – (Pags. 110)

Apresentação: Os dois artigos que o leitor tem em suas mãos, reunidos neste livreto, são fruto de um processo de acúmulo do pensamento sobre a Agroecologia como ciência do campo da complexidade. Desde o início da década passada, temos dedicado parte de nosso tempo, fora da experiência ativista de nossas ações extensionistas cotidianas, para aprofundar nossas reflexões sobre Agroecologia, como contribuição para a construção de um paradigma agroecológico. Inúmeros textos, alguns citados na bibliografia e outros disponíveis em diferentes páginas da web
testemunham esta trajetória, que é intelectual, mas que é também referenciada pelo nosso “que-como-fazer” na práxis extensionista. Iniciamos com nossas teses de mestrado e doutorado, explorando um campo ainda muito obscuro e movediço da ciência agroecológica. Em seguida, nossas responsabilidades na direção da EMATERRS exigiram que trabalhássemos no sentido de fazer mais visível a aplicabilidade dos conceitos e princípios da Agroecologia como orientadores de uma prática diferenciada de extensão rural, que nestes textos conceituamos como Extensão Rural Agroecológica.

file:///C:/Users/User-PC/Documents/BLOG-LTM/Agroecologia_uma_ciencia_do_campo_da_com.pdf

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